Pular para o conteúdo principal

A Mulher nos Anos 90: Analisando três séries de TV

Lois e Clark, Full House e Star Trek: Voyager


Nos anos 90 as mulheres começam a ganhar mais espaço na televisão, tendo oportunidade de interpretar pessoas de várias profissões diferentes. Essa matéria tem a intenção de analisar três mulheres específicas de três séries de gêneros diferentes dos anos 90, uma de comédia, outra de aventura e a última de ficção científica. E as personagens são: Lois Lane, Capitã Janeway e Rebecca Donaldson.

Lois Lane

A série “Lois e Clark: As Novas Aventuras dos Superman” traz uma atualização das histórias do famoso herói para a modernidade da época em que foi produzida. Teri Hatcher estrela junto com Dean Cain essa série que procura trazer algumas alterações nos personagens, Lois mais independente e Clark nada bobo, diferente da retratação dos filmes. Apesar da intenção de uma Lois Lane forte, vemos algumas falhas na construção da personagem.

Lois é uma das melhores jornalistas em um dos principais jornais de Metrópoles, ela ama seu trabalho e se dedica de corpo e alma à suas matérias, mas também é retratada como uma mulher frustrada por não ter uma vida sentimental. Sua irmã insiste que ela arrume um namorado para que ela não “fique pra titia”, ou seja, apesar de ela ter se mostrado uma mulher que se dedica a carreira, a série quer impor que uma mulher só pode ser completamente realizada se encontrar um príncipe encantado e se casar. Além do fato de Lois sempre se meter em encrencas e dificilmente se salvar sozinha. Ela sabe lutar e se defender em algumas ocasiões, mas geralmente precisa ser salva pelo Superman. Pode ser que fosse necessário algo assim por causa da tradição que a história tem, mas se era para criar uma retratação moderna, por que não fazer direito?

Capitã Janeway

A franquia Star Trek começou em 1966 e trouxe retratações muitas vezes ridículas para as mulheres (veja nosso artigo sobre a série aqui). Em 1995 é que pela primeira vez (e única até agora) uma mulher é a capitã da nave estelar. Na série Star Trek: Voyager, a tripulação depois de uma perseguição acaba sendo transportada para um espaço distante e desconhecido, a volta para casa vai levar aproximadamente 70 anos, por isso a adaptação, interação e desenvolvimento dos personagens é muito trabalhado. A Capitã Janeway (Kate Mulgrew) é definitivamente uma das personagens femininas mais bem desenvolvidas. Ela é extremamente inteligência e apaixonada pela ciência (antes de ser capitã ela era oficial de ciências) e extremamente capaz ao tomar suas decisões de comando. Ela é do tipo de mulher que se interessa muito mais em estudar do que cozinhar, ela consegue ser autoritária e ainda não perder sua feminilidade. Apesar da demora para retratar uma capitã na saga, pelo menos fizeram direito.

Rebecca Donaldson

A série Full House trouxe inovação por mostrar três meninas que perderam a mãe e que são criadas por três homens: o pai, o tio e o melhor amigo do pai (veja nossa matéria sobre a série aqui). A série teve muito mais do lado masculino no começo, apesar de brincar de fazer com que o tio Jesse fosse um ótimo cozinheiro e o pai das meninas, Danny, um obcecado pela limpeza. No decorrer da série uma mulher ganhou importância, Rebecca. Ela trabalha como apresentadora de TV com o pai das meninas e acaba chamando a atenção de Jesse, que logo se apaixona por ela. Apesar de Rebecca se sentir atraída pelo tio das meninas, ela hesita por bastante tempo por considerar seu trabalho mais importante que relacionamentos amorosos. Posteriormente os dois acabam namorando e se casando.

O casamento dos dois traz uma coisa bem interessante, a “troca de papéis”, a ideia tradicional de que o homem deve trabalhar e a mulher deve ficar em casa limpando, cozinhando e cuidando dos filhos não aparece nesse casamento. Jesse é um ótimo cozinheiro, mas não consegue uma carreira no mundo musical de maneira eficiente para sustentar a casa, já Rebecca é uma péssima cozinheira, mas é uma profissional dedicada e que logo ganha até uma promoção.
Hoje em dia ainda é escasso papéis femininos que representa os vários tipos de mulheres que existe. Geralmente predominam os papéis femininos escrito por homens, portanto, visões machistas. Não só na tela é importante ver essas mulheres aparecendo, mas também na área de produção audiovisual, é necessário abrir as portas para o lado feminino ter sua voz e criar papéis realistas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Star Trek (Jornada nas Estrelas), a série clássica dos anos 60

“Espaço, a fronteira final...” Data estelar: 2017.11 Apesar dos filmes de sucesso e das várias séries que surgiram como frutos da original, a série clássica dos anos 60 sofreu muito para conseguir ir “onde nenhum homem...” já tinha ido na TV americana. Gene Roddenberry teve a ideia de criar uma série de ficção científica que se passa no futuro, o futuro que ele projetou é um mais positivo, ele acreditava que lá as pessoas se uniriam e se entenderiam sem preconceitos e sem ódio. Na nave estelar Enterprise temos o “trio parada dura” Capitão James T. Kirk, Doutor Leonard McCoy e o meio humano e meio vulcano, Sr. Spock. O piloto foi feito em 1964, mas do elenco só Spock permaneceu. O primeiro piloto tinha o capitão Pike e uma imediata mulher (Majel Barret, que mais tarde estaria no elenco como a enfermeira Christine Chapel). Esse piloto foi rejeitado por ser, segundo eles, “cerebral demais”. Claro que o fato de ter uma mulher no comando pode ter cooperado com essa reje

A GAROTA QUE SABIA DEMAIS (1963)

“A Garota que Sabia Demais” ou “Olhos Diabólicos” é um filme italiano/americano dirigido por Mario Bava. Nesse filme o diretor cria um novo gênero de filme, o Giallo. Em italiano, Giallo significa amarelo, e é uma referencia aos livros policiais e de suspense publicados sempre com uma capa amarela na Itália. O Giallo é uma mistura de filme policial com suspense. (veja mais sobre o gênero em: http://www.tudosobreseufilme.com.br/2015/06/o-que-e-o-giallo-italiano.html ) A história é de uma americana chamada Nora (Leticia Roman) que ama ler histórias de assassinatos. Ela viaja para a Itália e lá ela ficaria hospedada junto com uma amiga da família, Ethel, mas acontece que ela está muito doente, e apesar do cuidado do médico Marcello (John Saxon) a mulher morre. Isso só desencadeia acontecimentos extraordinários e Nora se vê em uma história real de assassinato e luta para descobrir a verdade. O filme tem duas versões, por isso dois nomes. “A Garota que Sabia Demais” é a ver

"O Vento Será Tua Herança" (1960), a fé contra a ciência

A ciência e a tecnologia têm estado cada vez mais presente no nosso dia a dia. Com o passar do tempo o ser humano se tornou cada vez mais curioso sobre como tudo funciona, em achar explicação para tudo que existe. Mas, muitas vezes, essa busca por explicação pode entrar em conflito com a religião e as crenças. Por isso, ao longo da história do mundo, conflitos existem entre os que acreditam no que a bíblia diz, e outros que acreditam somente no que a ciência mostra. O filme “O Vento Será Tua Herança” (1960) é uma parábola baseada em um caso real que mostra um confronto no tribunal entre a ciência e a religião. O professor de ciências Bert (Dick York) é acusado de cometer um crime em uma cidadezinha pequena. O lugar é regido por leis exclusivas, incluindo uma que proíbe o ensino de algo que possa contradizer o que está na bíblia, no caso do filme, a teoria da evolução. Há um grande conflito porque Rachel (Donna Anderson), a namorada do professor é filha do Reverendo Brown (C