Pular para o conteúdo principal

Postagens

Uma Galinha ao Vento (1948), Yasujiro Ozu

Um ano antes de fazer uma de suas obras-primas "Pai e Filha" (1949), o diretor japonês Yasujiro Ozu fez um filme delicado e de tema controverso. O chamado "Uma Galinha ao Vento" é brilhante e deve ser mais divulgado. Antes de qualquer coisa é interessante falar um pouco sobre as características de Ozu. Para quem nunca ouviu falar, Ozu é considerado um dos melhores diretores do Japão das décadas de 50 e 60, junto com outros dois grandes: Mizoguchi e Kurasawa. Mais do que isso, Ozu é considerado o diretor japonês mais japonês de todos os outros, a razão é simples, sua maneira delicada, contemplativa e com simplicidade de contar histórias e situação extremamente complicadas e sempre no âmbito familiar. O diretor usava ainda pouquíssimos movimentos de câmera e câmera baixa, da altura de alguém sentado no tatame. Essas são algumas das características que o fez um diretor com seu próprio estilo de contar as histórias. “Uma Galinha ao Vento” conta a histó
Postagens recentes

4 filmes sobre Conflitos com a Religião

Nessa pequena lista, minha intenção não é discutir religião ou se é verídica ou não a maneira como ela é retratada nesses filmes. Meu propósito é simplesmente mostrar filmes que falam sobre o conflito humano, muitas vezes com a religião e a crença. 1-       O Mensageiro do Diabo (1955) Um homem esconde uma grande quantia roubada na boneca de sua filha, Pearl. Logo em seguida é preso, mas antes faz com que os filhos prometam nunca revelar onde o dinheiro está. Já na prisão e condenado à morte, ele sonha com a quantia, o que atrai a atenção de seu companheiro de cela, o falso reverendo Harry Powell, secretamente um psicopata assassino mas preso por um crime menor. Quando é libertado, o reverendo viaja até a cidade natal do seu antigo companheiro de cela a fim de descobrir o esconderijo do dinheiro, e, se aproxima propositadamente da família. Ninguém desconfia nada, a não ser o filho mais velho John. Enquanto isso o perigo aumenta a cada vez que John e Pearl não quebram sua promessa

A Mulher nos Anos 90: Analisando três séries de TV

Lois e Clark, Full House e Star Trek: Voyager Nos anos 90 as mulheres começam a ganhar mais espaço na televisão, tendo oportunidade de interpretar pessoas de várias profissões diferentes. Essa matéria tem a intenção de analisar três mulheres específicas de três séries de gêneros diferentes dos anos 90, uma de comédia, outra de aventura e a última de ficção científica. E as personagens são: Lois Lane, Capitã Janeway e Rebecca Donaldson. Lois Lane A série “Lois e Clark: As Novas Aventuras dos Superman” traz uma atualização das histórias do famoso herói para a modernidade da época em que foi produzida. Teri Hatcher estrela junto com Dean Cain essa série que procura trazer algumas alterações nos personagens, Lois mais independente e Clark nada bobo, diferente da retratação dos filmes. Apesar da intenção de uma Lois Lane forte, vemos algumas falhas na construção da personagem. Lois é uma das melhores jornalistas em um dos principais jornais de Metrópoles, ela ama seu traba

"O Vento Será Tua Herança" (1960), a fé contra a ciência

A ciência e a tecnologia têm estado cada vez mais presente no nosso dia a dia. Com o passar do tempo o ser humano se tornou cada vez mais curioso sobre como tudo funciona, em achar explicação para tudo que existe. Mas, muitas vezes, essa busca por explicação pode entrar em conflito com a religião e as crenças. Por isso, ao longo da história do mundo, conflitos existem entre os que acreditam no que a bíblia diz, e outros que acreditam somente no que a ciência mostra. O filme “O Vento Será Tua Herança” (1960) é uma parábola baseada em um caso real que mostra um confronto no tribunal entre a ciência e a religião. O professor de ciências Bert (Dick York) é acusado de cometer um crime em uma cidadezinha pequena. O lugar é regido por leis exclusivas, incluindo uma que proíbe o ensino de algo que possa contradizer o que está na bíblia, no caso do filme, a teoria da evolução. Há um grande conflito porque Rachel (Donna Anderson), a namorada do professor é filha do Reverendo Brown (C

"O Mundo é o Culpado" (1950) fala sobre a agressão contra a mulher

Em 1949, Ida Lupino dirigiu seu primeiro filme (Not Wanted) meio que por acidente, depois que o diretor Elmer Clifton teve um ataque cardíaco. Ela não recebeu os créditos, mas a experiência com certeza fez com que ela percebesse que gostava da direção. Ainda em 1949, ela dirigiu seu segundo filme (primeiro creditada), “Quem Ama não Teme”, e depois dele veio “O Mundo é o Culpado”. O filme conta a história da bonita e no auge da felicidade, Ann Walton (Mala Powers), ela trabalha como contabilista e acaba de ficar noiva. Ann constantemente é assediada pelo dono de uma lanchonete perto de seu trabalho. Em uma noite, voltando do trabalho, ela é estuprada por esse homem. Sua vida vira um pesadelo, porque além dos danos psicológicos, ela não consegue voltar a sua vida normal por causa da maneira que as pessoas a tratam por causa da agressão. Ela falha ao tentar voltar ao trabalho, e não consegue continuar com seu noivo Jim (Robert Clarke), mesmo que ele insista para que os dois

"O Mundo Odeia-me" (1953) é uma aula de tensão

O filme dirigido por Ida Lupino parte de uma história baseada em casos reais. Roy Collins (Edmond O’Brien) e Gilbert Bowen (Frank Lovejoy) saem para pescar nas montanhas da Califórnia, mas acabam mudando de planos e decidem ir ao México. No caminho, oferecem carona para um estranho, sem imaginar tratar-se de Emmett Myers (William Talman), um perigoso assassino procurado nos EUA e conhecido como “o caronista assassino”. A história é basicamente essa, o que vai se desenvolver a partir daí é a tensão constante que nós participamos. Desde o começo aparece um texto que diz que isso poderia acontecer com qualquer um, o que remete ao que o Hitchcock dizia ser aquelas histórias extraordinárias que acontecem com um homem comum. Com a trama passando na maior parte dentro de um carro, a diretora traz essa sensação asfixiante, usando planos fechados para expressar a angustia que as vítimas passam. O filme tem um visual de documentário, tendo várias cenas externas e com luz natural. Alguma

"Madame Curie" (1943), filme que conta a história da mulher pioneira na ciência

Marie (Gre er Garson) veio da Polônia até a França para se bacharelar em física e matemática. Ela conhece o Dr. Pierre (Walter Pidgeon) e começa a trabalhar com ele em seu laboratório. Depois de um tempo os dois se apaixonam e logo Pierre faz um pedido de casamento bem diferente e científico. Após o casamento, ambos se dedicam a descoberta de um elemento desconhecido, de extrema força. Depois de muitas tentativas que falharam e várias dificuldades, eles finalmente conseguem isolar o elemento que eles chamam de radio, um elemento radioativo. Madame Curie foi a primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel e a única a o ganhar duas vezes. Ela fez descobertas que ajudaram muito no quesito médico, usando a radioatividade para curar. Ela foi uma mulher inovadora e pioneira! O filme estrelado por Greer Garson traz uma história emocionante que nunca fica cansativa, apesar de tratar de tantos temas científicos. O filme tem essa mistura do romance e das descobertas científicas, e nunca algum