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Livro VS. Filme – Testemunha de Acusação


O filme de 1957 dirigido por Billy Wilder foi baseado no conto “Testemunha de Acusação”, escrito pela Dama do Crime, a escritora britânica: Agatha Christie.

Acredito que o nome dispensa apresentação. Mas só pra você não ficar “boiando” gostaria de dizer que ela escrevia histórias de detetives e das boas, romance policial. Ela criou personagens como: Hercule Poirot, Miss Marple e o casal Tommy e Tuppence.

Sinopse: Leonard Vole é acusado de assassinato. A vítima é uma velha rica que aparentemente se apaixonou por ele a ponto de coloca-lo no testamento. O advogado, o senhor Mayherne (no livro) ou Wilfrid (no filme), está com dificuldades em construir a defesa porque todos os fatos parecem apontar para Leonard. Mas talvez haja esperança, a esposa o viu chegar em casa antes da hora do crime. Mas quanto vale o testemunho de uma esposa amorosa?

Livro x Filme

Criar um filme a partir de um livro não é tarefa fácil, geralmente o problema é que o livro tem muito mais espaço para contar uma história do que um filme de uma hora e meia, mesmo um filme maior que isso. Mas acontece que aqui acontece exatamente o contrário. O conto é pequeno, com 29 paginas aproximadamente. Geralmente calcula-se um roteiro como cada página um minuto. Daria 29 minutos, isso se na formatação certa de roteiro desse tudo isso. O que fazer com a uma hora que falta? Aí é o onde o filme dá mais informações do que o livro.

No filme temos um detalhe maior sobre o personagem do advogado Wilfrid (Charles Laughton), descobrimos que ele acaba de sair de um coma, o que o leva a ter uma enfermeira/mãe particular (interpretada nada mais nada menos que por Elsa Lanchester, a noiva do Frankenstein no filme de 1935 e esposa de Charles Laughton) cuidando dele, o que dá um tom cômico na dosagem certa para o filme. Existe o momento em que Leonard vai até o advogado e conta o que aconteceu, e depois no tribunal vemos com mais detalhes os depoimentos e algumas repetições do que no livro já sabíamos pela conversa inicial de Leonard e o advogado.

É muito divertido ver como o advogado trabalha no tribunal, conseguindo se esquivar em um caso que parece sem saída, coisa que no livro não é explorado. A personalidade fria da esposa de Leonard é passada muito bem pela atriz Marlene Dietrich, assim como a doçura de Tyrone Power, que faz um Leonard cheio de carisma e inocência. Por isso o filme traz mais vida a brilhante história criada pela Agatha.

Diferenças:
Apesar do conto ser curto, algumas situações foram mudadas. No filme, Leonard conhece a velhinha olhando por acaso em uma loja de chapéus, onde através de caretas pela vitrine ela a ajuda a escolher um chapéu novo. Depois, acabam se reencontrando no cinema sem querer.
No livro, ele a ajuda quando ao atravessar a rua segurando vários pacotes um deles cai e ela não consegue pegar, a salvando até de ser atropelada por um ônibus que se aproxima. Depois a reencontra em uma festa de um amigo, ocasião em que fica sabendo que a mulher é rica e solitária.
Também há diferença na maneira como o testemunho da esposa de Leonard é desmascarado. Apesar de também ser feito por uma mulher estranha e através de uma carta, a maneira como o advogado é chamado e o lugar de encontro é diferente.


O Fim
Se você não quiser saber sobre o final da história pule para frente. Spoiler á frente! Bom, na verdade contar o final do filme seria um crime contra o próprio filme (que avisa para não revelarmos o final) como também seria um crime para a Agatha. Mas posso afirmar que na reviravolta o filme é complemente fiel ao livro, apesar de acrescentar mais algumas coisinhas a mais...
Considerações finais:
A história é incrível (lógico, Agatha que escreveu) e o filme foi muito bem adaptado pelo próprio diretor Billy Wilder e por Larry Marcus e Harry Kurnitz. Não perca a oportunidade ler o conto e ver o filme (está disponível no Netflix).

Comentários

  1. Um reparo. Agatha Christie escreveu o conto, sim, mas mais tarde uma peça de teatro que se tornaria um incrível sucesso, para a qual já fez mudanças relativas ao conto. O filme é baseado na peça e não no conto portanto está em linha com essas mudanças, embora claro, também altere algumas coisas. Independentemente disso: grande filme!

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    Respostas
    1. Obrigada,
      Vou deixar as diferenças entre o conto e o filme mas é interessante saber que ela fez uma peça do conto.

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