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O Homem que Matou o Facínora (1962)


"A educação é a base da lei e da ordem" (tradução livre).
Contém Spoilers

O filme de John Ford não é um simples faroeste com o mocinho, a bela moça e o bandido. Tem um propósito muito maior, mostra uma realidade que até hoje existe, uma sociedade sem conhecimento.
Rance (James Stewart) é um senador que volta a uma pequena cidade onde tinha morado quando mais jovem para o funeral de um velho amigo Tom Doniphon (John Wayne).

Mas a chegada de um senador de Washington é notícia, então o jornal local vai atrás da história. Em flashback vemos a chegada de Rance como um jovem e recém formado advogado, que acredita na justiça através da lei. Mas segundo Tom a única maneira de fazer justiça no oeste é com uma arma na mão. Além do conflito que irá se desenvolver entre um revólver e o livro de direito é o triângulo amoroso (o qual já sabemos que fim vai tomar logo no começo) entre Rance, Tom e a bela e decidida Hallie (Vera Miles).

A realidade de um povo analfabeto e que não tem conhecimento da justiça e do mundo político não é tão distante. Aqui mesmo no Brasil o número de analfabetos é grande, e ainda pior é o número de pessoas cegadas pelo comodismo de que tudo está bem. Mas a verdade é que o mundo é injusto e mesmo tendo boas leis até hoje o mais forte acaba vencendo, muitas vezes com a própria força bruta.



John Ford era o diretor favorito de Orson Welles. O filme além de uma história bem desenvolvida e bem conduzida usa de uma iluminação criativa com sombras e contra luz, como na cena em que o jornalista acende a lamparina e vemos que logo atrás dele estão os capangas de Liberty Valance e claro, a parte em que o vilão é morto. Também usa poucos closes,  com mais planos abertos ou em conjunto, afinal não é um filme de um homem só, mas sim de um povo.

Mas quem será que atirou em Liberty Valance? Só tem um jeito de descobrir...

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